Segunda rodada de negociações
da Campanha Nacional teve o emprego como tema de debates
Max Bezerra, Secretário Geral da FETRAF RJ/ES, representou a entidade e seus sindicatos filiados na negociação
• Categoria tinha 513 mil
trabalhando em 2012 e 453 mil em 2018
• Todo mês, uma média de 100
agências bancárias são fechadas
• Pandemia mostrou que
agências físicas são necessárias para atender a população
A defesa do emprego foi o tema
das negociações desta quinta-feira (6), entre o Comando
Nacional d@s Bancári@s e representantes da Federação Nacional
dos Bancos (Fenaban). Foi a segunda rodada de negociações, feita por
videoconferência. O debate se dá em meio à redução dos postos de trabalho. De
acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do
Trabalho, de 2017 a 2019 foram fechados 70 mil postos de trabalho na categoria
bancária. Entre as reivindicações apresentadas estão a manutenção dos empregos
e a suspensão das demissões.
Mesmo após o acordo entre o
Comando Nacional d@s Bacári@s e a Fenaban no início da pandemia,
para a suspensão das demissões no período, os bancos demitiram. O campeão das
demissões foi o Banco Santander que, no segundo trimestre deste ano, demitiu
844 bancári@s. “Queremos garantia de emprego e que as demissões sejam
suspensas. Estamos em um processo de negociação e há bancos estão demitindo”,
questionou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.
Em 2012, a categoria bancária era composta por 513 mil trabalhadores, número
que caiu para 453 mil em 2018, principalmente após um longo processo de cortes
no governo Temer.
Agências fechadas
Foi apresentado também aos
representantes da Fenaban a questão do fechamento de agências bancárias. “De
dezembro 2019 até junho deste ano, foram fechadas no país 558 agências
bancárias. Nos últimos 12 meses, tem uma média mensal de 100 agências fechadas.
Agências são fechadas na pandemia, quando a população mais precisa. É também um
impacto para o emprego e para a economia. O desemprego atinge também os
seguranças, o pessoal da limpeza”, afirmou Juvandia.
Falta emprego para 31,9
milhões de brasileiros, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre terminado em junho deste ano, taxa
mais elevada na série histórica iniciada em 2012. O desemprego cresceu 13,3% e
o contingente de desempregados, que é de 12,8 milhões. Mas o contingente é
muito maior, se for considerado os 19 milhões que deixaram de procurar
trabalho, muitos impactados pela própria pandemia que restringe a procura.
Digitalização
Os representantes da Fenaban
argumentaram que a redução do número de agências tem de levar em conta uma
mudança na cultura dos clientes, que diante da pandemia passaram a usar mais o
atendimento digital. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando, a pandemia revelou
outra realidade. “As agências são necessárias, sim. Isso a pandemia demonstrou.
Há uma grande exclusão de pessoas, que estão fora do sistema bancário, que não
têm conta bancária. Uma parte da população não tem acesso à internet, não tem
celular e nem computador em casa. O que percebemos é que as pessoas vão nas
agências”, disse Ivone.
Os representantes da Fenaban
pediram um tempo para discutir as propostas apresentadas nesta quinta-feira.
Disseram que vão reunir representantes dos bancos na semana que vem para
avaliar as propostas d@s bancári@s sobre defesa do emprego.
“Hoje introduzimos esse tema na negociação, que já tinha uma importância antes
da pandemia, mas que ficou maior ainda. O número de pessoas desempregados é
gigantesco. O Brasil está sofrendo um problema sério e os bancos precisam
contribuir com sua parte. Não dá para fechar agências e quanto às novas
tecnologias, queremos que os trabalhadores sejam realocados e requalificados”,
afirmou Juvandia.
Veja as datas das próximas
negociações
11 de agosto – saúde e
condições de trabalho
13 agosto – Igualdade
14 de agosto – Cláusulas
Sociais
18 de agosto – Cláusulas Econômicas
Fonte: CONTRAF
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