Negociação desta terça-feira foi sobre saúde no
trabalho com base em pesquisa na categoria
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Categoria apresentou propostas para preservar
vida durante a pandemia
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Metas abusivas e pressão no ambiente de trabalho
provocam doenças entre os bancári@s
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Bancos querem retroceder conquistas que já
existem na CCT
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Comando
Nacional d@s Bancári@s não aceitará retirada de direitos
O Comando
Nacional d@s Bancári@s voltou a negociar nesta terça-feira (11)
com os representantes da Federação nacional dos Bancos (Fenaban). O tema foi
Saúde e Condições de Trabalho. Enquanto os representantes da categoria
apresentaram propostas para enfrentar os problemas de saúde dos bancários,
provocados pelas condições de trabalho, metas abusivas e a ameaça da pandemia,
a Fenaban defendeu a retirada de direitos conquistados.
As propostas apresentadas pelo
Comando foram baseadas em consulta nacional feita este ano com quase 30 mil
bancári@s. Cansaço e fadiga produzidas por metas abusivas, cobranças
excessivas, ansiedade, dores de cabeça e outros males têm se agravado ao logo
do tempo entre @s bancári@s.
“Estamos preocupados, com o adoecimento
da categoria. Não dá para falar desse tema sem falar da pandemia, da crise
sanitária que não tem dia para acabar porque não tem uma vacina ainda”, afirmou
a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional. Entre as
propostas apresentadas está a de que bancári@s que coabitam com parentes
de grupos de risco trabalhem em regime de home office (teletrabalho). Na
reunião também foi proposto pelo Comando que os bancos realizem testes do covid
para todos os funcionários que estão em trabalho presencial.
Doenças
As metas abusivas foram
apresentadas pelos representantes da categoria como responsáveis por inúmeras
doenças, conforme dados da consulta feita entre os trabalhadores. Mais da
metade dos entrevistados sofriam de cansaço e fadiga constante, resultado da
cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. A maioria também padecia de crise
de ansiedade.
Mesmo com o quadro de adoecimento
da categoria, os representantes dos bancos se mostraram pouco dispostos a
aceitar as propostas. Sobre o teletrabalho para bancários que convivem com
parentes de grupos de risco, os representantes da Fenaban disseram preferir não
criar uma regra padrão sobre a questão. “O pessoal do grupo de risco tem que
ficar em casa. Se alguém convive com eles, essa pessoa não pode estar exposta.
Queremos preservar a vida dos familiares dos bancári@s”, disse Juvandia na
negociação.
Retirada de direitos
Os representantes dos bancos
também apresentaram propostas que significam, na prática, a retirada de
direitos da categoria bancária. Uma delas é reduzir de 120 para 90 dias o
pagamento de benefício emergencial de salário pelos bancos para os
funcionários, enquanto o bancário recorre de alta indevida pelo INSS. Outro
retrocesso proposto pela Fenaban foi a volta do rankeamento dos trabalhadores,
com a divulgação dos “melhores” funcionários. A Convenção Coletiva de Trabalho
(CCT) proíbe a divulgação de ranking por causar o constrangimento, assédio
moral e pressão no ambiente de trabalho.
Outra clausula da CCT que a
Fenaban quer mudar é a que regula a complementação salarial em caso de
afastamento para tratamento quando o benefício seja menor que o salário. Até
agora, o funcionário pode ter essa complementação por 24 meses. A proposta da
Fenaban é de que passe a ter uma carência de 12 meses entre um afastamento e
outro, para que seja pago a complementação (retornando ao trabalho). “Estávamos
querendo apenas mudar a redação da cláusula 57 para adequar à nova realidade do
INSS, para atualizá-la e eles vieram com esse ‘contrabando’. Eles querem se
livrar dos doentes”, afirmou o diretor de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT,
Mauro Salles.
Tentativa de mudanças
Para Juvandia Moreira, nas
últimas campanhas salariais a Fenaban tenta piorar essas cláusulas. “Eles não
estão olhando para a saúde dos bancári@s só vêem o custo. Querem retirar
direitos das pessoas que estão doentes. A negociação não foi boa. A gente vai
insistir que tenha teste para todos, proteger a família dos bancári@s que
coabitam com grupo de risco” disse a presidenta da Contraf-CUT.
Outra preocupação do Comando foi
com a suspensão dos exames periódicos em casos de afastamento por motivos de
saúde ou por homologação.
Os representantes da Fenaban
disseram que a suspensão é para evitar o contágio na pandemia. “Tem bancos
chamando os bancários de volta ao trabalho presencial. Não tem problema de
contaminação? Tenho vários colegas que estão sendo ameaçados por abandono de
emprego porque não têm exame de retorno”, falou Mauro Salles.
Ao final, a negociação desta
terça-feira mostrou que a categoria bancária precisa se unir para fortalecer a
negociação com a Fenaban. “Não vamos aceitar retirada de direitos. Não tem
cabimento isso, com pessoas que estão adoecidas. @s bancári@s não vão aceitar”,
afirmou Juvandia.
Fonte: Contraf
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